sábado, 20 de fevereiro de 2010

Dia 27 - Welcomendo o Rio


Ainda nao entendo por que as pessoas que ocupam mais espaco no universo pagam a mesma coisa que as que ocupam bem menos. Nao aguentava mais a baleia que sentava atras de mim mexer e bater na minha poltrona. Sorte que acordei perto do café da manha, consequentemente, perto da hora da aterrisagem. Olhei para o lado e Marcinha ainda babava com a boneca, que pisca os olhinhos quando tira a chupeta da boca, em maos. 

Para minha sorte, Sao Pedro contribuiu. Trouxe a chuva no dia e deu uma esfriada no tempo, para 32ºc. Eu com minhas manhãs de -21ºc direto para um quantinho de 32ºc. Que maravilha. Nem sai do finger do aviao já veio a primeira fila, a da Policia Federal (imigracao). Meu pai me acompanhou a fila toda e me explicou que naquele momento haviam chegado mais 8 voos. Em outras palavras, o que nao faltava naquele aeroporto era gente e confusao. 

Passei a Policia Federal e fui pegar as malas. Nossa... Me senti no Haiti com a casa destruida. Nao tinha espaco para nada. Era mala para todos os lados e eu estava a procura das minha. A "caixinha" do Home Theater e minha snowbag foram mole achar. O problema estava em achar a mala de roupa. Depois de uns 15 minutos e utilizando cachorros farejadores treinados em resgate, consegui achar a minha mala.

Proxima parada Freeshop. Opa! Nao dá! Sinceramente nao da para entrar no freeshop. Os refugiados das malas estavam todos lá. A fila para pagar era monstruosa. Vamos pular o freeshop, até por que era só encomenda que eu tinha, nao queria nada. Lamento. 

Nao menos menor está a fila da Receita Federal. Mas dessa eu nao tinha como fugir. Entrei junto com o Ari, que estava tenso com seu notebook de 850 dolares. A duvida dele era se declarava ou nao. Na fila o sugeri a entregar o papel de nada a declarar, jogar com a sorte. Assim o fez. Passei sem problemas e logo em seguida veio ele. Acho que tinha tanta gente que a mulher da Receita estava passando todo mundo. 

Meu pai me deu o carro e depois iria pega-lo lá em casa. Ari, como mora perto de mim, veio comigo. Na saida da Ilha, blitz e isso significa transito, engarrafamento. Mal tinha colocado o pé de volta ao Brasil e já queria voltar a civilizacao. As vezes fico impressionado com a desorganizacao e falta de respeito do nosso povo.

Mas nao nasci para ficar puto, sorrindo e contente passamos a merd* da blitz depois de 30 minutos no engarrafamento. Dexei Ari em casa e enfim retornei ao meu lar. 

Nessa viagem conheci 21 pessoas e reencontrei mais uma penca. Apesar de todos estarem com a intenção de andar de snowboard ou ski, cada um tinha seu objetivos de viagem distintos, o que fez a viagem ser mais interessante. Frank, ao qual passei o primeiro periodo dividindo o quarto, queria pegar o powder, aquela neve virgem. Nao podia ver neve caindo que seu sorriso tomava o rosto de felicidade. Johnny, o tarado da montanha, nao queria perder um tempo fora dela. Só parava nos restaurantes por que nao tinha compania para andar mais. As meninas pareciam vesgas, nao sabiam se fritavam o peixe ou tomavam conta do gato, quero dizer, nao sabia se queriam esquiar ou ir as compras. Alias, desconfio muito que ir as compras para elas, era bem mais interessante. Para o Ari era tudo uma grande novidade. Nao tinha viajado com uma galera grande assim e tao pouco ido para uma estacao de esqui. E por ai vai... 

Mal cheguei de volta ao Brasil e já comeco a pensar quando será a proxima. Possivelmente em agosto para alguma estacao no Chile ou na Argentina. Fato é, esse lance de snowboard vicia demais. 

Valeu galera, DAlmeida

  

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Dia 26 - Goodbye Steamboat


Tem gente que acha que eu compro demais. Acho que eles ainda nao conhecem a Marcinha. 

Fui dormir no dia seguinte as 2am e agora me acordam as 7am. Que sono do cacete! Rodrigo está tenso em como vai caber todas as malas no carro. Acho que é o unico. Xandao está confiante no rack e eu conformado em viajar tres horas de carro com a perna esmagada pelo home theater da minha mae. O que nao fazemos por nossos projenitores?

Antes de tomarem café da manha, Xandao e Rodrigo desceram para arrumar o carro. Os ajudei levando a mala da galera. Note que estavamos no terceiro andar e nao tem elevador. Fiz o trajeto de subida e descida com malas no minimo seis vezes. Isso que é joelho bom! 

E toma de "só casando"... Mas estavamos longe de conseguir colocar tudo dentro do carro. De repente uma santa alma aparece, Monica! Chega com um carro igual ao nosso, mas com apenas ela, Zé Paulo e os dois filhos (Marcelo e Pedro). Eles tinham o ultimo banco do carro deitado e muito espaco ainda livre. 

Despachamos umas tres malas com eles, colocamos as snowbags no teto do carro e pronto. Tudo acertado. Rodrigo volta a respirar normalmente e sobe com o Xandao para tomar o café da manha. Depois de uns 15 minutos, subo e apresso as meninas que ainda nao tinham dado o ar da graça. 

Todos no carro, rumamos ao aeroporto. Mas antes uma pequena parada em Silverthorne para uma breve compra de ultima hora. Passo em uma loja de snowboard e nada das calcas que deveriam ter chegado ontem, chegarem. Sem calcas novas para temporada do meio do ano. Ainda passamos na loja da Tommy, onde Kirsten, com minha ajuda, compra um presentinho para o namorado e a Marcinha, ainda comprando mais. 

De volta ao carro, rumo ao aeroporto de novo. Sem antes nao poder parar rapidamente no Colorado Mills. Dessa vez desceram do carro apenas o Rodrigo, que ia trocar um sapato na Sport Authority e a Marcinha, que ia ao banheiro. Nao sei que banheiro era esse que volta com uma bolsa grande da Victoria Secrets. Acho que fomos enganado. Quero ver colocar isso na mala, visto que ontem ela estava cavalgando na mala para poder fecha-la. Ema, ema, ema...

Agora sim, vamos ao aeroporto. Rodrigo ainda queria passar na Best Buy, mas o Xandao vetou em decorrencia do horario. O voo do Xandao era uma hora antes do noss, 15:40 e já eram 13:15. Em resumo, Rodrigao nao pode comprar seu aparelho de Blu Ray. Deve ficar mais uns 12 dias sem o amor da sua esposa, no qual queria muito esse Blu Ray. Graças ao pseudo numero dois da Marcinha, feito na Victoria Secrets.

Devolvemos o carro no aeroporto e encontramos com a Monica e o resto de nossas malas no saguao do Check-In. Todos foram verificar se suas malas ultrapassariam o limite de 32 kg por mala. Obviamente, a da Marcinha passou. Tambem passaram a da Kirsten e do Rodrigo. Processo de remanejamento agora, para que nenhuma passe. Nesse momento foi um tal de sentar no chao e calcinha suja para cá, presentinho para a neta da empregada para lá... uma verdadeira urguaiana no saguao do aeroporto. 

Mesmo depois de eu ter dado uma descascada na Marcinha por diversos motivos, ela quis voltar ao meu lado no aviao. Ainda nao sei se ela realmente quer me ajuda, ou se é masoquista. 

Antes de embarcar ainda paramos para almocar. Kirsten estava tensa com o horario e ficou no regime. Quando passamos pelo raio-x, Marcinha teve a filha (boneca que carregava na bolsa) sequestrada para averiguações. Isso depois de ter passado mais vezes pelo detector de metal do que o Wagner Monte, que tem perna mecanica e nao fala ingles para se explicar. Embarcamos rumo a Houston. Ao meu lado uma crianca de sete anos com um PSP na mao. Troquei algumas ideias com o menino, mas ele tinha sete anos e nessa idade as criancas falando para dentro. Tambem nao fod* com meu ingles. Facilita ai filhao! 

Em Houston foi brilhante. Acabamos de sair do aviao e já tinhamos que embarcar. Agora sim a Marcinha viria ao meu lado. Impressionante como o aviao tem outro cheiro. Ruim, claro! Acho que é desse povo brasileiro. ô raça! Por que não nasci em berço sueco? Tinha uma bichinha que estava do outro lado, mas nao parava quieta. Mexia no bagageiro, ia falar com a "colega" que sentava proxima. Coloca essa maquina de fazer solidos, somente, que vc ainda nao entendeu isso, na poltrona e nao pertuba! Atras da minha poltrona tinha uma familia de gordos. Todos usando Tommy comprado em outlet. Fiquei imaginando qual seria o tamanho da blusa de uma das mulheres, 4XL ou 5XL? 

O seu Leoncio do desenho do pica-pau passou com o jantar meia hora depois da decolagem. Foi comer e pimba, comecei a dormir e babar...

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Dia 25 - A dois passos de 42°c


Esse lance de voltar para casa nunca foi bem recebido por mim. Muito mais quando se sai de uma manha de -21°c, para uma tardezinha de 42°c. Como nao tem jeito, tenho que voltar, tenho que me deliciar com esse calor carioca. 

Hoje foi o ultimo dia de andar de snowboard. Com o joelho quase recuperado, fui mais abusado. Mas mesmo assim, evitei as arvores para nao ter que escutar a minha mae reclamando. Kirsten foi as compras pela cidade e usei seu passe para a montanha. 

Inicialmente a galera da casa estava toda junta, andando com o Ari. Depois de uma grande descida, ele voltou a base pela gondola e ficou treinando na parte mais baixa da montanha. Nesse momento passamos radio para localizar a galera das outras casas, mas só conseguimos achar a Alessandra e a Monica. Andamos com elas. Como hoje foi o ultimo dia de snowboard, levamos duas garrafas de Cava (aos desavisados, "champagne" espanhola) para no final comemorarmos a otima viagem que está sendo. Nada melhor do que "enterra-las" na neve para gelar. Fizemos assim que chegamos e com muita discrecao para que nenhum mal elemento pudesse furta-la em nossa ausencia. 

As pistas estavam muito melhores que os outros dias que fui. Nao haviam tantos "bumps", dando para descer bem rapidinho. Nessa de descer rapido, Xandao achou que estava na Bahia e viu o mundo de cabeca para baixo. Foi um belo front flip (mortal de frente) no qual deixou ele bem bolado de descer rapido depois. Sorte que esse tombo foi na neve macia. 

Pistas fechando, chegou a hora da Cava. Rodrigo, Alex, Marcinha e eu esperamos a Kirsten, Monica e os filhos do Zé Paulo (Marcelo e Pedro), chegarem. Todos reunidos, tiramos algumas fotos, Ari fez uma farofada na neve bacana e pronto, bebemos a Cava. Foram duas garrafas e alguns já se soltaram. Kirsten, Monica e Ari voltaram pela gondola e os demais de snowboard. Detalhe que a foto com as pranchas e as garrafas de Cava parecia foto de macumba, faltando apenas a pipoca e as velas. 

Marcinha achou o Marcelo um fofo por ter sido o unico a parar para espera-la na descida da montanha. Vou dar um desconto ao Marcelo por ter sido a primeira descida com a Marcinha. Se ele tivesse andado sempre com a gente, teria feito o mesmo, largado a mulher atras. Quem mandou descer que nem mulherzinha? Anda de snow que nem homem, oras!

Falando neles, Marcelo e Pedro, os muleques mandam bem no snowboard. Já tem uma boa intimidade que poucos com quem ando não tem. Isso me inclui tambem. Comfbinamos com a casa deles (Monica, Zé Paulo e os meninos) de mais tarde fazer o enterro de todos os ossos. Pois o que nao falta aqui em casa é comida. Ovos tem mais de 3 duzias, se resolverem comer tudo, o aviao pode explodir pelo metano. Ainda nao entendi por que comprar 2 garrafas de coca-cola light. As duas estao intocaveis na geladeira tem quase uma semana. Isso é coisa de mulher, que diz que só bebe coca-light mas na hora nao bebe nenhuma.  

Ari, Marcinha, Kirsten e Rodrigo me deixaram em casa com o Alex e eles foram as compras. Ainda nao sei o que tanto eles compram. Acho que esse ar do Tio Sam de consumo contamina todos. Marcinha como sempre, muito sem nocao, volta para casa com até duas bonecas e um mixer. Com o mixer na mao, ainda me pergunta se pode dar problema se ela levar na bagagem de mao.

Fiz uma spaghetti ao molho do que sobrou na geladeira. Pessoal gostou. Rodrigo bateu um prato de operario de obra. Eu fui sutil, me resguardando para o sorvete. Mais tarde chegaram Dunaev, Luis, Luisa, Pedro, Igor e Monica. Só depois que a galera foi embora que fui fazer a mala.

Amanha é "só casando!".

Ainda em tempo, ontem em Breck desci filmando o jrjrjrjr. Menino melhorou muito e já comecou a fazer o slalon. Parabens jrjrjrjrjrjr!

Dia 24 - Pegaaaaaaaaa!!!!



Deus digita errado, mas o word concerta com o corretor ortografico. Posso resumir nessa frase o incrivel dia de hoje.

Acordando ainda com muito sono, mas sob animacao do Rodrigo que estava doido para conhecer Breckenridge, corremos para nos arrumar por que ainda tinha mais duas horas e meia de estrada até Breck. Hoje a casa do Johnny tambem se desfaz. Luis, Andre e Pipou voltaram ao Brasil e Johnny e Rossana ficaram, indo para Breck com a gente. 

Um dos dias mais frios que pegamos, -21c, mesmo com ajuda do sol. A ida foi tranquila e sob muita animacao. Quando estavamos chegando em Breck, Marcinha e Kirsten ficaram serelepes. Pareciam criancas, que nem conseguia dar as direcoes para o Alexandre que estava dirigindo. 

Encontramos com o jrjrjrjrjrjr (lê-se Jr Ribeiro Jr, mas o certo é Joao Ribeiro Jr.), a Claudinha (sua namorada) e mais o Paulo, amigo deles. Ari e Rossana optaram em dar uma volta pela cidade do que esquiar. Galera sedenta de neve, partimos com tudo. Descemos duas vezes pelo Peak 9 com o jrjrjrjrjr e a Claudinha. Depois fomos ao ponto mais alto da montanha, Imperial Chair.

Kirsten como uma boa mulher e esquiadora, nao quis subir por que estava frio demais. O resto da galera desceu e tirou fotos. Xande ficou tao amarradao que quis ir de novo. O acompanhei enquanto os demais foram descendo o resto da montanha. Encontrariamos no peak 7. Encontrariamos por que no meio do caminho havia um restaurante. Esse restaurante é bem bacana e convenci o Xandao a comermos algo antes de ir. Estava quase fechando e vazio. Comemos uma sopa de feijao (chilli beans) e ao retornar para pegarmos a nossa prancha. Surpresa! Isso mesmo, levaram a prancha do Xandao. 

Fiquei puto por ele. Por que levaram a prancha dele e nao a minha? Me senti andando em um corcel II dourado, que ninguem quer e tem vergonha de andar. Pooo... minha prancha é bacana! Vou assumir que o infrator nao tem um gosto muito apurado. Nao desmerecendo a prancha do Xandao. 

Depois de ficar com a boca aberta por 12 minutos cronometrados, Xandao foi falar com o Ski Patrol no restaurante para saber como proceder. Obviamente, falaram que podem ter pego a prancha por engano. Detalhe importante que nao pode ser esquecido, apenas havia a prancha dele, a minha e uma outra branca. A dele é preta. O Ski Patrol aconselhou irmos ao Achados e Perdidos que fica na base e registrar. Xandao voltou de lift para a base e eu de snow. 

Cheguei antes e falei com uma mulher do Achados e Perdidos. Contei a historia e ela falou que precisaria preencher um formulario para registrar. Beleza. Espero Xandao chegar do lift. Quinze minutos depois (desci rapido a montanha, joelho recuperado) Xandao chega. Vai preencher o formulario dentro de uma casinha e fico do lado de fora a observar o movimento (se aprende muito observando o movimento).

Eis que vejo uma prancha igual ao do Xandao. Bato na janela que ele se encontra e aponto para a prancha, mostrando ao Xandao. Mais ou menos quando um amigo mostra ao outro que a namorada dele está se pegando com um outro malandro. Da mesma maneira, Xandao parte em direcao ao malandro que estava indo subir o lift. Ainda reforco verbalmente: "Pula a cerca para nao deixar ele subir!". 

Xandao consegue abordar o infrator e com uma educacao inglesa, gentilmente pede para dar uma olhada na prancha. Reconhece a danada! Era a dele mesmo! Nesse momento a velhinha que registrava a ocorrencia chega no evento. Eu de longe assistia. Não entendi muito bem a real intencao do delinquente. Se queria mesmo furtar ou pegou errado. Fatos são: A prancha que ficou lá, era branca e do Xandao era preta. O deliquente nao foi embora com a prancha, ia subir o lift. O deliquente nao era americano, devia ser Argentino. Realmente nao entendi.

Nao deu em nada. Xandao recuperou a prancha e o delinquente liberado. Esqueci de avisar, que comuniquei aos demais desde do momento que Xandao perdeu a prancha. Quando o delinquente foi embora, chegaram o Johnny e o Rodrigo. Sedentos para rolar uma briga com o danado, mas ele já nao estava mais a vista. 

Xandao viveu o inferno e o ceu num curto periodo de tempo. Agora é voltar para casa, apenas parando para tomar uma cerva rapida com o jrjrjrjrj e a Claudinha e depois um pouco de compras em Silverthorne. 

Ainda nao entendi o que o infeliz realmente queria, furtar ou pegou errado mesmo?