Ainda nao entendo por que as pessoas que ocupam mais espaco no universo pagam a mesma coisa que as que ocupam bem menos. Nao aguentava mais a baleia que sentava atras de mim mexer e bater na minha poltrona. Sorte que acordei perto do café da manha, consequentemente, perto da hora da aterrisagem. Olhei para o lado e Marcinha ainda babava com a boneca, que pisca os olhinhos quando tira a chupeta da boca, em maos.
Para minha sorte, Sao Pedro contribuiu. Trouxe a chuva no dia e deu uma esfriada no tempo, para 32ºc. Eu com minhas manhãs de -21ºc direto para um quantinho de 32ºc. Que maravilha. Nem sai do finger do aviao já veio a primeira fila, a da Policia Federal (imigracao). Meu pai me acompanhou a fila toda e me explicou que naquele momento haviam chegado mais 8 voos. Em outras palavras, o que nao faltava naquele aeroporto era gente e confusao.
Passei a Policia Federal e fui pegar as malas. Nossa... Me senti no Haiti com a casa destruida. Nao tinha espaco para nada. Era mala para todos os lados e eu estava a procura das minha. A "caixinha" do Home Theater e minha snowbag foram mole achar. O problema estava em achar a mala de roupa. Depois de uns 15 minutos e utilizando cachorros farejadores treinados em resgate, consegui achar a minha mala.
Proxima parada Freeshop. Opa! Nao dá! Sinceramente nao da para entrar no freeshop. Os refugiados das malas estavam todos lá. A fila para pagar era monstruosa. Vamos pular o freeshop, até por que era só encomenda que eu tinha, nao queria nada. Lamento.
Nao menos menor está a fila da Receita Federal. Mas dessa eu nao tinha como fugir. Entrei junto com o Ari, que estava tenso com seu notebook de 850 dolares. A duvida dele era se declarava ou nao. Na fila o sugeri a entregar o papel de nada a declarar, jogar com a sorte. Assim o fez. Passei sem problemas e logo em seguida veio ele. Acho que tinha tanta gente que a mulher da Receita estava passando todo mundo.
Meu pai me deu o carro e depois iria pega-lo lá em casa. Ari, como mora perto de mim, veio comigo. Na saida da Ilha, blitz e isso significa transito, engarrafamento. Mal tinha colocado o pé de volta ao Brasil e já queria voltar a civilizacao. As vezes fico impressionado com a desorganizacao e falta de respeito do nosso povo.
Mas nao nasci para ficar puto, sorrindo e contente passamos a merd* da blitz depois de 30 minutos no engarrafamento. Dexei Ari em casa e enfim retornei ao meu lar.
Nessa viagem conheci 21 pessoas e reencontrei mais uma penca. Apesar de todos estarem com a intenção de andar de snowboard ou ski, cada um tinha seu objetivos de viagem distintos, o que fez a viagem ser mais interessante. Frank, ao qual passei o primeiro periodo dividindo o quarto, queria pegar o powder, aquela neve virgem. Nao podia ver neve caindo que seu sorriso tomava o rosto de felicidade. Johnny, o tarado da montanha, nao queria perder um tempo fora dela. Só parava nos restaurantes por que nao tinha compania para andar mais. As meninas pareciam vesgas, nao sabiam se fritavam o peixe ou tomavam conta do gato, quero dizer, nao sabia se queriam esquiar ou ir as compras. Alias, desconfio muito que ir as compras para elas, era bem mais interessante. Para o Ari era tudo uma grande novidade. Nao tinha viajado com uma galera grande assim e tao pouco ido para uma estacao de esqui. E por ai vai...
Mal cheguei de volta ao Brasil e já comeco a pensar quando será a proxima. Possivelmente em agosto para alguma estacao no Chile ou na Argentina. Fato é, esse lance de snowboard vicia demais.
Valeu galera, DAlmeida