domingo, 31 de janeiro de 2010

Dia 8 - Dia de compras


Johnny e François me deixaram sozinho pela manha e foram para montanha aqui mesmo em Breck. O dia estava ensolarado, quentinho, perto de zero e eu no quarto. Depois fiquei sabendo que na metdade do dia Johnny deixou o François brincando na montanha sozinho e foi com outros amiguinhos, ESQUIADORES, para keystone. Ainda não entendi essa segregação desses esquiadores. Estão aqui há tempos mas nem querem socializar com o resto da galera. Depois voces ficam dizendo que eu sou um escrotinho que fico discriminando os esquiadores. Olha ae! Fiquei sabendo que os cara mudaram até a frequencia do radio para nao escutar a gente. 

Mas beleza, Johnny quer ir com eles, tá na boa, eu tambem tenho amigos assim esquisitos. François disse que percorreu toda montanha, peak 7, 8, 9 10 e a Imperial Chair. Nesse momento estou esperando com meu pijama do Batman a Betsy para limpar o quarto. Mas dessa vez veio outra. Ahhhhhhh... Fiquei triste por que a Betsy dava atenção e quando estamos de castigo assim, queremos atenção. Salve MSN! Essa não deu muita trela e fez só o que tinha que fazer. Não que Betsy tenha feito algo que não devia fazer, fez e muito bem. Mas foi super simpatica comigo. 

Johnny comprou um PS3 que tambem me ajudou muito na minha recuperacao. Quase terminei um dos joguinhos que ele comprou e ainda nem começou a jogar. Mais tarde, pedi a ele que comprasse mais jogos que eu ia precisar, de preferência os de tiroteio que matam a saudade da minha cidade natal.

Frank voltou da montanha, perguntou sobre o ortopedista, disse que me marcaram para segunda e comovido pela minha prisão domiciliar - nem o Arruda vai ficar tanto tempo preso que nem eu fiquei aqui - sugeriu uma ida ao outlet de Silverthorne. 

Desempregado e precisando de roupa, não excitei nas compras. Fui apenas em tres lojas: Polo Ralph Lauren, Nike e Banana Republic. Não gastei muito, uns 250 dolares em cada loja. Observe que eu compro roupa apenas uma unica vez ao ano, quando viajo e passo nos outlets. Isso deram muitas sacolas e só ficamos um pouco mais de uma hora, pois as lojas fecham as 20h. Voltando ao carro, François olhando aquela cacetada de sacola e ele com apenas poucas, confessa que ainda tem muito que aprender em compras de roupa.

Na volta, paramos num supermercado, comprei suprimentos para mais um dia de clausura, isso inclui um pote de Haagen Daz de choclate ao leite (detalhe que custou 3,50) e Tostitos com hint of lime (doritos com sabor limao). Também comprei a primeira encomenda, pote de vitamina C com 78904 comprimidos. Obvio que na alfandega, caso parado, vao querer cheirar para ver se é vitamina C mesmo ou se da onda. 

Chegando de volta a Breck. Deixamos tudo no quarto e fomos ao Eric's. Nada do Johnny até então. É um restaurante bem legalzinho, temático como o Outback e com preço camarada. Pedi uma salada da casa grande de entrada, Frank uma caesar e um frango assado e eu um "Chicken Fried Steak". Dizem que errar é humano mas duas vezes, foi burrice mesmo minha. Já havia cometido esse erro em 2001 no Texas e agora de novo ao achar que meu prato era um frango empanado, quando na verdade era um bife a milanesa. Entubei e tive que comer. Na volta a casa, passamos por dois coiotes que estavam na rua principal a procura de comida dos lixos. Mas nao deu para fotografa-los. 

Chegando no hotel, Johnny estava presente. Relatou sua aventura com os novos amiguinhos do ski e fomos dormir. Não conseguimos falar com a galera da Bahia. Desconfiamos que eles tinham ido ver o X-Games e não tinham voltado até entao.

PS: Coloquei uma reclamação no hotel pedindo a volta da Betsy.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Dia 7 - Vamos ao açougue?


As vezes fico tentando lembrar como era a vida sem internet. Ainda não consegui entender como as pessoas quebradas que nao podiam se mover, faziam para passar o tempo sem internet. Televisão? Chato demais... Ela não interage. 

Pela manhã, Francois e Johnny foram para Keystone. Mas acham que fiquei entediado? Tive que ir pegar gelo no corredor 4 vezes, recebi a meu headphone wireless que havia comprado pela internet e conheci a Betsy, a camareira. Ainda fico bolado de deixar minha escova de dentes a mostra. Dizem, digo, dizem... que as camareiras passam as escovas de dentes na privada. Na duvida, deixo a minha escondida e a do Francois e do Johnny a vista. Bem que hoje ela perguntou quantas pessoas estavam aqui. Obvio que falei que eramos apenas dois. Senao ela ia procurar a terceira escova de dente. Mas o que os olhos não vêm, as vezes o nariz não sente. 

Ahhhhh... sozinho nessa quarto estava muito chato. Liguei para o seguro saúde para que eles mandem alguem aqui me ver. Mas não mandaram, me mandaram para a clinica que tinha ido ontem. 

A clinica fica do lado do nosso hotel, porém na minha velocidade vovó de andador, levei uns 20 minutos para chegar. Dessa vez a enfermeira que fez a primeira analise não foi a Kassandra, foi a Mehathan (algo assim que eu não entendi direito, mania que esse povo tem de botar nome estranho. Pensei que fosse só no Brasil). Mas ela não ficava atras da Kassandra, ahhhh não ficava mesmo. O problema era aquele piercing de argola no nariz. 

Depois disso fui para onde eu tinha ido ontem. Dessa vez não tive toda aquela atenção bacana que tive ontem. Mas conheci varias pessoas. Uma me pegou e levou pro raio-x, outro, no final, fez um circuito comigo para pegar a manha de andar de muletas, teve uma velhinha que passou e olhou para mim com a cara: "Eu disse que vc deveria deixar um medico ver" e teve o médico. Aquele danado que quer que eu entre na faca. 

No final da historia, voltei cheio de presente, muleta, um tipo de joelheira, raio-x e um cartãozinho de um ortopedista cirurgião da cidade. Amanhão vou tentar ir nele e ver a sua opinião. Mas já viu algum cirurgião dizer que não precisa operar? Então... entrei com ela!

OBS: Agora começo a entender e apoiar aquela frase em inglês que diz: "No pain, no gain". 

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Dia 6 - Prendam aquelas arvores!


Dia começou triste para a galera que voltava pro Brasil, Carlão, Pedro, Robson e Tinho. Johnny arrumou as coisas e se mudou para o nosso quarto. A bahianada retorna apenas no domingo e o François na segunda. 

Sabe esse lance de quanto mais vc tem confiança no que faz, mais abusado voce fica? Entao... perdi playboy. Já estava no final do dia e iriamos descer só mais uma vez. Johnny liderava, Lincoln atras e em seguida François. Tinha diminuido a velocidade para colocar musica no iPod e fiquei um pouco atras. Para recuperar posição, meti pau no board. Cortaram por dentro das arvores, mas eu estava rápido demais. A curva veio... duas arvores tambem. Como sou magrinho, filé, passei entre as arvores, porem a prancha estava de lado, ela ainda queria fazer a curva. Travou. Me desculpem o termo mas momentos antes só pensei em "F-O-D-E-U". Caso tenham esquecido o pé não sai por nada da prancha. Imaginaram o freadao que tomei? Mas nessa de passar entre as arvores, um joelho cumprimentou uma arvore e o outro tomou um tostao da outra. 

Há um lift que passa perto e sempre tem sortudos para ver a desgraça alheia. chamaram o ski patrol. Foi um casal de velhinhos que assim que eu estava me recuperando, minutos depois da colisão, pararam dizendo que haviam visto e chamaram socorro. Antes deles, passaram uns tres snowboarders perguntando se estava tudo bem. Como elemento macho, disse que estava otimo e que as arvores estavam tranquilas tambem. O cara do ski patrol chegou com aquela maca. Perguntou como estava, meu nome, de onde era... fiquei em pé e disse que estava bem. Porem quando girei o joelho. Opa! "F-O-D-E-U", de novo! Sempre tive vontade de andar na maca de uma estacao de esqui, não ia deixar passar a oportunidade. 

Imobilizou minha perna, subi na maca. Mochila na frente, amarrou minha prancha na lateral e liguei meu iPod para ir curtindo uma musiquinha na ultima descida do dia. No meio da descida, o ski patrol, que estava me levando de esqui, engatou num snowmobil e fomos mais rapido. Imaginei quantas pessoas falaram para si mesmo: "Coitado...".

Cheguei na efermaria. Agora voces pensam que a enfermaria é uma cama com uma enfermeira gordinha que passa o dia inteiro comendo skiny mole? Nada! Maior luxo! Quase me casei com a enfermeira Kassandra. Só faltaram me perguntar se queria vinho branco ou tinto. Repetiram uma serie de perguntas que o ski patrol havia me feito. Mas legal foi o ski patrol passando as informacoes para a equipe medica na minha frente: "- Esse é o Bruno, do Rio de Janeiro, colidiu numa arvore...". E eu com aquela cara de bobo achando tudo o máximo. Nunca recebi tanta atenção em toda minha vida. Não que seja carente disso, mas nunca tinha vivido algo parecido. Mediram pressão, temperatura com um aparelho que foi ao meu ouvido, batimentos cardiacos, mas disse que podiam usar meu polar, que estava inaugurando. 

Como sabia o que estava de errado com meu joelho, conseguia andar e ainda dividia o quarto com um anestesista, recusei a consulta de um médico. Os médicos aqui se amarram em abrir para ver qual é. Perai! Minha mãe fez tão direitinho, vai me abrir não.

Cheguei no quarto e encontrei com o Johnny e o François. Começei as sessões de gelosob supervisão do personal doc, François. O joelho ainda dói e amanha vou ficar de molho no quarto. Não esperem algo emocionante no blog. Usarei a criatividade, mas não garanto. Agora, eles foram jantar e fiquei aqui. Quando voltarem, durmo.

E eu que gostava tanto de arvores...  

Dia 5 - Movendo montanhas a noite em Keystone







Dessa vez nem coloquei o celular para despertar. Desisti de acordar cedo para descansar um pouco mais, levantando as 9am. Tinha combinado com os demais as 8:30 na base do lift, mas dei bolo. 






Antes de ir para a montanha, passei nos correios para colocar os 150 postais e Francois foi ao supermercado, que era do lado. Percebi uma cara de espanto na atendente do correio, acho que devido ao volume de selos que pedi, mas foi super cordial. 

Postais selados e despachados, voltamos ao hotel para pegar o equipamento e partir para montanha. Estava um dia muito bonito. Solzao e nao estava frio. Aproveitei para usar um outro casaco mais leve, assim aparecendo diferente nas fotos. Subi com o François dois lifts, quando conseguimos falar com os demais, a galera estava saindo da montanha e iam a Keystone. François abraçou a ideia e voltamos mais uma vez pro hotel, agora para pegar o carro.

Keystone é uma estação que fica uns 30 minutos de carro de Breck. A estação é muito bacana. Tem uma vila muito simpatica e o melhor dessa vez, estava vazia. Andamos por várias pistas e nada de filas. A neve estava muito boa. Uma hora dei uma ideia para o Johnny, Tinho e François de irmos pelas arvores. Era melhor eu ter ficado calado. Passamos um perrengue para sair de lá. Mas tudo vale a pena. Infelizmente não conseguimos pegar o snowcat aberto. Ano passado pegamos e é bem legal. Um carrinho grande, similar aqueles que alisam as pistas, leva uma galera para um pico onde não se chega de lift e custa apenas 5 dolares. Em outras palavras, um heliski de pobre.

Depois de andarmos bem por Keystone, paramos para tomar uma cerva e comer uma pizza. Começei o discurso de andarmos depois, a noite. Não tive apoio de ninguem, nem mesmo do Johnny (fato raro). Já tínhamos bebido duas long necks e a galera estava querendo voltar a Breck, quando dei a cartada final: comprei mais uma rodada de cerveja para a galera. Impostantíssima jogada essa que fez com que mobilizasse todos. Para convence-los de vez, me comprometi que seria o último a descer e não ultrapassaria ninguem.

Dentro da gondola a caminho do topo, vieram algumas duvidas deles sobre como seria. Senti uma tensão enorme. Johnny apenas dizia que nunca tinha visto aquilo tão sem luz. Mais tensão. No topo, perguntei se queriam que eu descesse filmando. Gostaram da ideia e fui por último, como prometido, filmando. Não andamos nem 2 minutos e todos estavam adorando. Ao final da descida, estavam tarados para ir de novo. Descemos mais uma vez e fui muito agradecido por todos de terem convencido-os.

Hoje é o dia que a galera da Bahia voltou de Beaver Creek. Mas nao consegui falar com eles. Não sei se o aniversario do Marcio era hoje ou amanha.

A noite fui no quarto do Johnny, Tinho, Robson e Carlão para a troca de fotos. Com exceção do Johnny, eles voltam amanha para o Brasil. Pensei que fosse o único viciado em joguinhos de tiro, com mais de 35 anos, até ver o Tinho e o Johnny jogando Playstation 3. Escrevo o blog no notebook e eles dão tiro na milícia que toma conta de um mapa na favela do Rio e melhor, nem fiquei com vontade de brincar. Acho que estou ficando curado.

OBS: Acho que trouxe cuecas demais. Duas eram suficientes.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Dia 4 - First tracks em Breckenridge



Cismei que tínhamos que ser os primeiros a descer na montanha no dia de hoje, François gostou da idéia e acordamos às 7am, mesmo eu indo dormir na noite anterior às 2am. Ainda não era 8:30am e já estávamos esperando o lift abrir. As pistas estavam perfeitas, sem ninguem ainda começar a rabisca-la. Muito bom. Depois de algumas descidas encontramos com o pessoal que está no outro hotel (Johnny, Tinho, Robson, Carlão e Pedro). 


Ponto alto do dia foi descer algumas vezes na Imperial Chair. Pico mais alto da montanha, com um visual absurdo. Perroni voltou hoje para Brasil, então não pode ficar muito tempo com a gente. Apenas um detalhe, na noite anterior, a chave do quarto dele, que é um cartão magnético, não abria a porta do quarto. A recepção só tem gente até 23h. Conclusão, arrombou a porta. Por que isso não aconteceu comigo? Sempre tive vontade de fazer. Pedrão acabou se machucando em uma queda, tendo uma luxação no ombro. 


Era perto das 4pm quando eu já não aguentava mais. Não conseguia mais quase movimentar minha prancha. Voltamos para o hotel. Ainda exausto, mas sem perder o pique saí para comprar os cartões postais dos 150 contemplados na promoção "Aconpanhe o DAlmeida". Tentei barganhar o preço final, mas sem sucesso. Como estou na pindaíba de grana, comprei metade dos cartões postais e quem receber um, passe adiante para o nome da pessoa que eu escrever do outro lado do cartão. Calma... tem cartão para todo mundo contemplado, apenas quis assustar.


Fomos jantar com o Johnny, Tinho, Robson e o Carlão no Bubba Gump. Eu gosto desse lance mesmo de pedir a comida tipica da região que estou, no caso, frutos do mar. Meu prato era um peixe chamado Mari Mari sob pure de batata ao molho de camarão. Apimentado, mas muito bom! Equanto comíamos, a neve caia na rua com intensidade. Planejamos amanhã ficar em Breck para pegar um possível powder


Impressionante como o tempo passa rápido. Quinta feira Carlão, Robson, Pedro e Tinho retornam ao Brasil. Ainda parece que cheguei ontem aqui e já tem 4 dias!








Dia 3 - Todo mundo VAIL!



Voltando a noite anterior, que parei de escrever antes do jantar. Fui com o François e a galera da Bahia (Marcio, Lincoln e Cabelo) no velho Rasta Pasta. Restaurante Jamaicano muito bom. Para seguir meu padrão, pedi um Seafood Alfredo (spaghetti com frutos do mar ao molho Alfredo). François foi também e o Márcio um Seafood Marinara (base de molho de tomate). Os demais já haviam comido. Isso foi muito cedo. Tão cedo que as 21:30 já estava na cama dormindo. Para quem curtia ver "Tecendo o saber" antes de dormir, isso foi uma evolução e tanta. 


Dia seguinte partimos a Vail. Fica uns 35 minutos de carro daqui e toda a nossa brazucada foi. Perroni foi mais cedo e acabamos não o encontrando. Galera da Bahia deu uma perdida básica, mas depois nos encontramos. Vail é conhecida por seus "fora de pista". Mas alguns de nós não curtem esse  tipo de neve que é mais fofa e muda a forma como andar na neve de snow. Eu particularmente sou tarado por isso. 


Em resumo, alguns atolaram e só o Carvalhão para tira-los do sufoco. Andei a maior parte do tempo com o François e o Tinho. No final o Johnny se juntou a nós. Dia sensacional! O frio não era problema por que em Vail não estava ventando. Balanço do dia: Cabelo perdeu o radio. Robson esperou o carvalhão. Carlão sentiu as costas quando pegou o powder (neve fofa). Márcio quase pediu para voltar pro Brasa depois do powder. Pedro e Lincoln ficaram nas pistas. François, Tinho, Johnny e eu curtimos demais as descidas no powder e o Perroni disse que foi mas ninguem sabe, ninguem viu. 


Chegando em Breck, tenho uma boa surpresa, chegou a minha mala que havia comprado na internet. Muito boa ela e foi uma pechincha!!!  Tomamos banho e fomos comer na cervejaria de Breck. Depois de comer, o quase folclórico Perroni, apareceu. Mas François estava cansado e voltou para casa. Junto com o Perroni, bebi mais umas cervejas por que não é todo dia que há a promocão de cerveja a 1 dollar. Na saída, um bebado arrumou confusao e foi expulso. Voltou na mesma direção que eu falando um bando de "mother fucker". Se a mãe fosse minha, ela ia precisar ver meu tio dentista. Tinha bebido 3 cervejas e estava macho pra caramba!


Melhor do dia foi ter escutado do Johnny que eu estava andando muito bem. Johnny tem mais hora de snowboard do que a Ana Maria Braga de televisão. Emocionei!  


domingo, 24 de janeiro de 2010

Dia 2 - Cadê o tal do aquecimento global?



Terminando o dia anterior. Fui com o François num restaurante perto do Bubba Gump (esse mesmo do filme do Forrest Gump) encontrar o pessoal que já estava aqui. Já havia comido nesse restaurante no ano passado e tinha gostado muito, mas dessa vez estava sem fome e apenas pedi um sanduiche de lagosta. Fiquei imaginando o que essa lagosta passou, da pesca até chegar num interior como Breckenridge. Os demais, menos corajoso, pediram carne. Entre os novos amigos estava o bahiano Márcio e seus dois amigos. Os caras são muito engraçados. Para começar eles ontem nem foram esquiar para fazer comprar no outlet de Silverthorne. Bahiano falando é muito engraçado e eles então, fizeram a noite no restaurante. Márcio disse que comprou tanto que quase não coube no carro. Fico imaginando a mala deles para voltar ao Brasil. 


Saindo do restaurante passamos num pub animadinho chamado Cecilia. Mas com o Francois, fomos apenas até a porta pois estavamos muito cansados e queriamos acordar cedo no dia seguinte. Depois fiquei sabendo que a sensação do pub era o Cabelo, amigo do Márcio e um dos bahianos. Disseram que quando ele tirou o gorro, o bar parou para ve-lo. Era uma juba que deixava o Valderrama com inveja. 


Primeira noite em Breck e sinto frio dormindo a noite toda. Por pura preguiça, não levantei para pegar um cobertor no armário. Antes das 7am François pergunta da cama dele se já estava na hora de acordar. Dei um snooze no François e voltei a dormir. Quase 7am, François inquieto e louco para andar de snowboard, me pergunta de novo. Mais uma vez snooze no François. Perto das 7:30am meu celular desperta, agora sim está na hora de acordar. 


Tomamos café da manhã no quarto com o que haviamos comprado no mercado e partimos para a bilheteria da montanha. Tinhamos que trocar o voucher do voucher. Explico. François tinha um voucher que trocamos na recepcão do hotel por um vale passe da montanha. Com o vale passe, pegamos o passe. Para nossa sorte esse passe não era como o atendente do hotel havia nos falado. Vale também para as montanhas de Vail e Beaver Creek que queremos ir. 


Passe em mãos fomos para o lift. No lift conseguimos falar com Johnny e os demais, menos a galera da Bahia, que obviamente estariam dormindo. Se esse lance de aquecimento global existe mesmo, não avisaram a Breckenridge. Não sou muito friorento mas hoje estava frio "bagarai" (palavra que tende ao infinito). Estava preparado (termica e calca nas pernas, camiseta, camisa de manga comprida, moleton e casaco de snow no tronco). Apenas a cabeca que ficou mais exposta, apenas com o gorro, implicando a compra de uma bala clava tipo "vou assaltar o Bradesco". Apesar disso, a ponta dos dedos da mão estava congelando, mesmo com luva. Não podia ficar muito parado que piorava. A neve estava formidável, powder (melhor neve para se esquiar). Como era nosso primeiro dia, François e eu ficamos que nem ajudante de pedreiro na feira de São Cristovão, loucos!


Chegamos a parar num restaurante na montanha, no Peak 7 e bebi uma Guiness por conta do Pedro, que gostou da minha sugestão. Alguns comeram, mas eu não estava com fome. O tarado do snow, João Mattos, vulgo Johnny, foi descer de snowboard mais sozinho enquanto comiamos. 


Voltamos para o hotel antes da montanha fechar em virtude do frio. No nosso hotel fomos ao Hot Tub, para que não conhece a terminologia, hidromassagem com agua aquecida, aos pobres "Jacuzzi". Agora vou pro banho e devemos ir jantar no Rasta Pasta, um restaurante Jamaicano.


Apenas uma coisa me confortava naquele freezer que era a montanha, o calor de 50 que vi no relogio da Tijuca antes de vir.






  


sábado, 23 de janeiro de 2010

Dia 1 - Embarque e chegada em Breckenridge

Como primeiro post na terra do tio Sam, aviso que temos um fuso de 5 horas a menos em relação ao Brasil. 


Uma das coisas que mais gosto de fazer é fazer as coisas no limite. Ontem, dia de embarque, minha amada mãe foi me dar uma carona até o aeroporto. Ela é bem organizada e gosta de fazer as coisas o quão antes puder. Até sou organizado, mas deixo tudo para cima da hora. Gosto de emoção! Não preciso dizer que quase ganhei um irmãozinho quando ela viu que eu começei a fazer a mala, 2 horas antes de sair para o aeroporto. Pegamos aquele engarrafamento camarada dos malditos niteroenses voltando e depois de 1 hora, chegamos no aeroporto. 


Francois já estava no aeroporto e fomos para o check-in. Não sei se é meu belo porte físico ou minha cara de ator hollywoodiano, mas a atendente queria me dar 800 dolares mais uma diaria de hotel se aceitasse viajar no dia seguinte. Como estava com Francois, fingi que 800 dolares era miséria e recusei a proposta. Perguntei ao Francois se havia recebido tal proposta, ele negou. Minha mãe arregalou os olhos ao saber, mas se conteve em comentários.


Check-in feito, fomos jantar num restaurante no próprio terminal 1 do galeão. Acho que chamam de terminal 1 por que um dia já teve seu glamour, hoje arrecada adjetivos feios de seus passageiros. Deu a hora do embarque, descemos todos e ficamos esperando chamar pela fileira da minha poltrona. Francois estava com o assento mais atras, foi logo chamado. O meu era muito na frente e isso me deixou muito tenso. Via as pessoas entrando e só sobrava pessoas gordas. Suava frio temendo que algum gordo caipira americano (voo para Houston) viesse a sentar ao meu lado. Entre os remanescentes tinha um magro, mas esse estava com palito na boca. Imaginei que podia perder algo da minha refeição se desse mole para o palito dele. No final da historia, não foi nenhum gordo e nenhuma menina cheirosinha, foi um cara de meia idade que conversei apenas um pouco e logo dormi o voo inteiro. Despedi dos meus pais, deixando a minha mãe com aquela cara que ainda não entendeu por que eu deixei passar os 800 dolares.


Não entendo por que todos os aeroportos americanos são gigantescos. Houston não ficou para atras. A conexão só deu tempo para comermos algo e já voltar para o segundo voo. Esse por sinal, apaguei de novo. Enfim Denver! Malas chegaram, que maravilha, fomos alugar o carro. Francois pegou um utilitario da Dodge. Bizarro o carro. Quase tão bom quanto o Fiat 147 amarelo ovo mexido que meu vizinho tinha. Salvo dias de chuva.


Paramos na REI de Denver, comprei uma luva e o Francois foi a farra, luva, goggle, capacete e um casaquinho. Ah se eu tivesse trabalhando! De volta a estrada, sem se perder, pois eu sou sinistro como navegador, quase chegando em Breck pegamos uma nevasca na estrada. Demos uma parada para o Burguer  King. O navegador sinistro perguntou se estava no caminho certo para um nativo, com a intenção apenas de fazer amizade, pois não havia duvidas em sua cabeça. 


Breckenridge, chegamos! Depois de um ano longe,consegui voltar mais uma temporada. Fomos ao hotel fazer check-in e pegar o passe da montanha. Deu um probleminha no passe, mas ele há de ser contornado amanha pela agencia de viagem do Francois.


Banho tomado e esperando o Johnny e o Marcio para irmos jantar. Francois ainda sofre do jetlag e da alta altitude de Breck. Amanha relato o final desse dia.  



























quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

A dois dias para o embarque



Começo o relato da viagem faltando dois dias para o dia do embarque. Inicialmente era para ser 12 dias e se transformou em 4 semanas. Graças a amizade. 



Em setembro fui ao Valle Nevado no Chile. Lá conheci um outro snowboarder, François e sua esposa, ambos de Porto Alegre. No começo desse mês de janeiro, François  me manda um email dizendo que a esposa havia engravidado e acharam melhor ela não viajar mais. Mas como ele já havia pago tudo, hotel, carro, aéreo e passe da montanha, me convidou para ir junto. Ele sabia que iria dias depois para o Colorado e por isso seria mais fácil de eu ir com ele. Minha passagem estava emitida, sairia dia 05/Fev voltando dia 17/Fev. Teria que mudar a data da ida para 22/Jan. Empolgadamente liguei para a operadora e pedi para ver o quanto teria que pagar para essa mudança. Esperava um valor alto, mas nada perto dos 700 dolares informados. Isso era a diferença de tarifa mais a multa. Detalhe que para o dia 22/Jan, não era possível, apenas para o dia 24/Jan. Inviabilizou tudo, baixei a bola, entubei e voltei ao meu dia-a-dia (casa-academia-casa).



Como não vim ao mundo por uma chocadeira, contei o drama à minha amada mãe, que brilhantemente deu a idéia de falar com meu progenitor. Não acreditei que desse em alguma coisa, pois meu pai é mero funcionário da Infraero. Mas essa de conhece alguém, que conhece alguém, que conhece o cara, deu certo. No mesmo dia que meu pai acionou, resolveu. Nossa... se tivesse 20 anos a menos, diria: "Bolei". Mas falei um belo: "Puta que pariuuuuuu...". Realmente me pegou de surpresa.  



Caída a ficha, agora é organizar os eventos. Dia 22/Jan embarco, chego dia 23 em Denver e vou direto para Breckenridge, onde passei o carnaval passado. O problema está do dia 01 ao dia 06/Fev. François volta para o Brasil no dia 01 e no dia 06 chega o grupo ao qual vou para Steamboat. O que fazer nesses dias que estarei ao relento? Sozinho pelo menos não estarei. O meu amigo de fazer PN da vida, Johnny, estará comigo. Mas ainda não decidimos o que fazer. Lembrando que nesse período não terei mais hotel e carro gratuitos. 



Enquanto essa dúvida não é solucionada, monto minha lista de compras na internet para já enviar para o hotel. Até cafeteira da Nespresso a 95 dolares, cogito em trazer. A planilha excel com tudo que a minha mala deve ter já está pronta, super enxuta e dessa vez estou levando mais cuecas, três!